Como já era de se esperar após a absurda tensão provocada pelo episódio passado, The Walking Dead pisou no freio e trouxe em The Well uma nova e pitoresca comunidade. Não houveram muitos momentos de ação e o episódio se desenrolou em um ritmo mais lento, mas a narrativa apresentou de forma eficiente, através de seus acontecimentos, o Reino e seu líder.

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Ezequiel, auto proclamado rei, é uma adição muito bem-vinda a série, sendo caricato pela própria necessidade do personagem e extremamente carismático, com créditos para a boa atuação de Khary Payton . É um tipo de liderança diferente de tudo que já vimos até agora. Já o local possui elementos que remetem a várias comunidades que já vimos até aqui, mas ao mesmo tempo se configura totalmente diferente de tudo. O Reino é uma espécie de morada utópica em meio a uma sociedade caída e inversamente distópica. Por isso, nada como um líder como este, que além de uma corte com direito a um bobo, possui uma guarda costas invejável: Shiva.

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Algo que chama atenção, tanto quanto a apresentação do personagem, é a maneira como ele lida com os Salvadores. Através de um acordo silencioso, onde somente alguns cavaleiros tem acesso, Ezequiel é um líder pacifista que possui uma forma de governar baseada na felicidade das pessoas, idealizando um sonho em meio ao apocalipse. O que dizer de um coral em meio a todo esse inferno que o mundo se tornou, onde os mortos vivos passaram a ser menos ameaçadores que os próprios humanos? Outro fato interessante foi a desconstrução do personagem já em seu episódio de apresentação, quando é revelado o porquê de sua atuação como rei e seu domínio em relação a tigresa. Para quem acompanha os quadrinhos de Robert Kirkman, foi uma excelente adaptação de personagem.

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Com a introdução deste novo local, também foi possível saber o destino de Morgan (Lennie James) e Carol (Melissa McBride), que final da temporada passada encontraram com um dos cavaleiros do Reino. Mais adaptado à comunidade, Morgan parece ter conseguido a confiança de Ezequiel, entretanto não são muitos os momentos em que ele ganha o destaque. Encarregado de treinar o novato Blake (Logan Miller), ele presencia a negociação com os Salvadores e por um instante vivência um conflito interno ao apontar a arma para o grupo de Negan (Jeffrey Dean Morgan). Aparentemente, pode ser o início de um meio termo em sua filosofia. Além disso, ele deverá ser o elo de ligação entre o grupo de Rick (Andrew Lincoln) e o Reino.

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Em contrapartida, Carol esteve em evidencia em vários momentos. Através de um delírio, que convenhamos não ficou muito bem explicado, logo no início ela passou a enxergar os zumbis como se fossem pessoas, durante um princípio de confusão. Já na comunidade, o momento em que ela conhece Ezequiel é hilário e representa não somente o alívio cômico do episódio em si, como do anterior. Ganhar a confiança das pessoas fingindo ser quem não é foi algo que, em Alexandria vimos bastante. E desta forma ela conseguiu mais uma vez agir, menos com o maior enganador do local. Carol é a personagem feminina que mais se desenvolveu ao longo da série e seu processo de catatonia incomodou um pouco, mas aqui temos a personagem em um vislumbre de um retorno, mesmo que isso possa ocorrer de uma forma diferente, agindo de maneira isolada.

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Embora tenha sido perceptível o uso de CGI para a apresentação de Shiva, que aparece mais em tela do que se poderia imaginar, sua introdução ficou bem feita e nada exagerada. Não ficou como Richard Parker em As Aventuras de Pi, mas não decepcionou, sendo um ponto positivo para a produção. Outro fator que contribuiu para a calmaria do episódio foi deixar de lado o grupo de Rick e não mostrar Alexandria ou Hilltop, tampouco Negan. Isso pode ter soado ruim para parte da audiência, mas o baque provocada pelas mortes de Glenn, Abraham e o trauma do grupo precisavam ser assimilados e isso trouxe um frescor a narrativa.

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Uma das críticas feitas frequentemente a The Walking Dead, reside justamente no fato de que muitos episódios apresentam pouca contribuição para o arco principal. Em geral, o senso comum aponta para o fato de que são arrastados. Mas é importante enfatizar que isso se difere de um episódio lento. A apresentação de novos personagens e uma nova comunidade, como foi feito em The Well, nos dá uma outra visão da amplitude deste universo e reafirma a condição ameaçadora o opressiva dos Salvadores, que deveremos encontrar novamente no Santuário de Negan, assim como Daryl (Norman Reedus) no próximo episódio.

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